“VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FUSSAR NO MEU CELULAR: Esta é uma das frases mais comuns entre os casais contemporâneos. E outras: “Você não confia em mim”, “Eu não sou ciumento(a), você é que me deixa desconfiado(a)”. “Minha mãe me sufoca”. “Eu odeio meu irmão”.
Tenho atendido no consultório vários casos de ciúme patológico e o que me chama a atenção é a pessoa até saber que está exagerando, mas não conseguir mudar a atitude.
Existem três tipos de ciúme:
Ciúme normal é aquele que acontece por um tempo, ou seja, num momento específico e com causa própria, é conversado e passa. As vezes se tem ciúme até do filho com a mãe, do tempo que o outro dispensa para o trabalho ou para o carro, ou para o celular. Esse ciúme é dito normal, pois é de certa forma inerente ao ser humano e é temporal. Toda pessoa tem ciúme e deve aprender a se controlar. Afinal é o ciumento que precisa aprender a ter controle e confiar mais em si mesmo para também confiar no próximo.
O segundo tipo é o ciúme projetivo, ou seja, a pessoa imagina coisas e projeta essa imaginação no outro. São traumas do passado, principalmente da infância projetado nas relações amorosas do presente. São pessoas inseguras que confundem amor com medo de perda. Uma psicoterapia pode trazer muitos ganhos para uma vida mais saudável.
O terceiro tipo é o doentio e alucinado, passional. São pessoas possessivas e que agridem psicológica e fisicamente acham que são donos do outro e na eminência da perda se descontrolam a tal ponto que são capazes de matar. Esse transtorno psiquiátrico precisa de tratamento medicamentoso e psicoterapia.
Algumas dicas para o ciumento:
Ninguém tem o direito de jogar para cima do outro suas inseguranças e fazer do outro um boneco marionete. O controle excessivo é nocivo e anula a identidade do outro e pode destruir um relacionamento amoroso. Uma mãe não tem o direito de controlar a relação de um pai com os filhos, pois todos temos o direito do amor do pai e da mãe. Uma sogra ciumenta pode colocar a nora ou o genro distante da relação familiar e com sentimento de não pertença. A relação entre irmãos baseado no ciúme está, com certeza ancorado na comparação e isso pode acabar gerando ódio e destruição familiar. Um namoro que não existe confiança é porque de certa forma o parceiro vítima do ciumento, considera o ciúme uma prova de amor. E isso não é amor é egoísmo, egocentrismo e medo de perda. O amor é leve e livre e não cria dependência.
“O amor é paciente, é benigno, não arde em ciúme”. 1Coríntios 13:4-13