Quem não sentiu que a paciência iria acabar durante essa quarentena, respirou fundo e se recuperou sabendo que temos chão ainda pela frente.
Nós psicólogos temos atendido em nossos consultórios virtuais diversas pessoas pedindo ajuda para lidar com os mais diversos tipos de emoções. Desde ansiedade, pânico, dor da perda de entes queridos, desemprego, falta de esperança, humor rebaixado, insônia, raiva, enfim muitos sintomas.
Incansáveis tem sido os esforços no sentido de compreender e ajudar nos diversos impactos psicológicos que a quarentena pelo Covid-19 tem provocado nos indivíduos.
Atendendo a uma paciente que acabou de perder um ente muito próximo e querido, pensei em como eu poderia ajudá-la se nem ao menos um velório decente pode vivenciar. Então busquei junto a ela alguns recursos possíveis que vou ensinar aqui para você que esteja vivendo uma perda: Pegue algumas fotos num álbum ou no seu celular e construa um inventário de bons momentos vividos com essa pessoa, escreva uma história com fatos e ensinamentos importantes deixados por ela. Guarde tudo de bom na sua memória do legado deixado por quem partiu.
Outro caso foi de um rapaz extremamente ansioso chorando muito, quase em desespero. Se você se sente assim ou tem alguém por perto com sintomas de ansiedade, pânico, entenda como ajudar nesse momento crítico. Primeiramente fiz esse paciente respirar profundamente por varias vezes, relaxando todo o corpo e pedi para tentar fazer uma higiene mental jogando para fora todos os pensamentos negativos e substituir cada um por alguma ideia positiva.
Ansiedade pode se tornar um transtorno se você deixá-la tomar conta de você, podendo chegar a uma sensação de pânico. Calma, calma, tudo vai passar e VAI DAR TUDO CERTO. Taquicardia, insônia, sudorese pode passar com uma boa música de relaxamento e louvor, por exemplo. Senão, um médico irá medicar e ajudar.
Os conflitos familiares podem ficar exacerbados por conta da overdose de relacionamento. E aí eu pergunto: É hora de fazer DR (discutir a relação) nesse momento em que estamos com a rotina totalmente fora dos eixos? É lógico que não. Você briga, xinga e depois vai ter que continuar na mesma convivência. Então, que tal um bom diálogo e alguns combinados sobre divisão de tarefas, acordos para o uso dos eletrônicos, cada um se colocar no lugar do outro e tentar um mínimo de empatia. Ah e não devem ser esquecidas conversas alegres e gostosas.
Tenho conseguido com algumas famílias que encontrem momentos de oração dos pais com seus filhos, já que é tão difícil a convivência diária em tempos normais. Com certeza todos sentiremos falta desses momentos.
Casais em crises no meio a essa pandemia não são poucos, mas pelo amor de Deus que não inventem de se separar. Depois tudo vai passar e terão perdido a oportunidade de transcender os problemas e fortalecer a relação.
Uma boa conversa, uma boa leitura, alguns exercícios físicos e uma boa oração pode colocar uma pessoa em desespero no prumo.
A Paroquia São Judas Tadeu está à disposição para ouvir e ajudar a todos os fieis com os padres, pastoral da escuta e os psicólogos.
Mariangela Mantovani....