Pode não existir mágica, mas alguns segredos que possa nos ajudar com nossos filhos? Essa foi a pergunta que me dirigiu uma mãe meio que desesperada para fazer seus “pequenos’ adolescentes obedecerem a algumas regras básicas, como por exemplo: usar menos o computador, o videogame e fazer as tarefas escolares, ajudarem um pouco nas atividades de casa. Por trás de um folgado e desobediente tem um superprotegido e mimado. E isso é por conta de atitudes inadequadas dos pais desde criança. E quando o filho cresce  sentimos na pele as consequências.

           Na adolescência temos que dar os primeiros passos com os filhos para torna-los mais responsáveis e independentes. Para isso é preciso equilibrar o quanto fazemos e damos por e para eles. Se você pensar no futuro bem próximo do seu “filhinho” vai imaginar o seu futuro também. Vamos fazer uma reflexão mais projetiva.

           Os filhos vão ficando adolescentes e os pais acham que vão perdendo o controle deles e mais, sentem medo de perder o amor dos mesmos. Pois bem, os filhos crescem e os pais envelhecem e isso, geralmente é vivido com sofrimento, então a saída (neurótica, lógico) é mantê-los como eternas crianças dependentes para dificultar o desprendimento dos mesmos. Exemplo: a mãe que espera o filho com 21 anos para esquentar o jantar até altas horas porque senão vai dormir sem comer. Ora, se ele tem fome vai saber esquentar sua comida no micro-ondas. A filha que estuda medicina e a mãe acha que só ela vai saber deixar sua roupa mais branquinha. Ora filhos já com bastante independência passam a manter aspectos da vida bem infantilizadas para que a mãe não fique sem função.

              Ser boa mãe, bom pai não significa relegar sua vida para segundo plano e achar que trabalhar feito louco e viver em função só dos filhos basta.

             Não existe mágica, mas com certeza o segredo é ter equilíbrio para tudo. Os filhos vão crescendo e precisam estar preparados para a vida, serem autônomos para encontrarem suas próprias soluções em todos os setores da vida.  

             Tenham seus filhos a idade que for essa nossa conversa serve muito bem para você leitor refletir e reagir para trazer para a relação de vocês mais saúde. É importante visualizar mais felicidade para os filhos e também para os pais, pois “ser mãe não é padecer no paraíso”.

               O equilíbrio entre o dar e receber é algo imprescindível nas relações, pois a necessidades são vias de mão dupla, todos precisamos de realização, nem pais que só pensam em si e nem filhos que só recebem e nada dão. Esse é um dos segredos da relação pais e filhos.

                Ex.: Uma mãe me procurou no consultório dizendo, minha filha cresceu, virou adolescente e passou a gritar e não mais me obedece. O que devo fazer. Então fiz com essa mãe uma cena psicodramática e a figura da mãe mandona e da filha como se fosse criança ainda. Então daí pudemos começar a conversar sobre o que é adolescentar e como queremos ser tratados. Primeiramente o diálogo, ou seja, ouvir com atenção e sentimento a filha e pedir para ela te ouvir com o mesmo carinho. Tentar alguns acordos e combinados para ficar nem tão difícil para um lado e nem para o outro. O diálogo envolve falar dos sentimentos sem se colocar de vítima.

Mariangela Mantovani, psicóloga, psicodramatista, terapeuta de casais e famílias, sexóloga, assessora em psicologia escolar e empresarial.