Não há como negar que nossa sociedade mudou e vai mudar mais. O casamento que seria para sempre rompe ou a viuvez chega cedo demais e surge um novo enlace com uma pessoa que pode também trazer consigo filhos de outro relacionamento.
Uma nova realidade toma conta desse mundo moderno onde casais se unem numa companhia ilimitada que são os filhos, enteados, meios irmãos, madrasta, padrasto, vódrasta, vôdrasto, etc. e tal.
Nós terapeutas de casais e famílias temos vivido na prática profissional confrontos de uma realidade contemporânea onde teorias dos grandes mestres da psicologia e da psiquiatria têm sido testadas, corrigidas e enriquecidas.
Além do consultório, na minha vivência nas escolas como psicóloga educacional, posso dizer que hoje raramente encontramos famílias iguais ou parecidas. Numa sala de aula temos os mais diversos universos familiares, os meios irmãos, meios primos, meios avós, meios tios e assim por diante.
Confesso que me encanto quando vejo jovens casais se relacionando com seus enteados e filhos de forma a incluir todos os membros do lar. A dança da família vai se formando em novas combinações e as vezes parece tudo perdido e depois tudo achado novamente.
Muito difícil, porém desafiador e que requer alguns cuidados:
Nunca transforme a relação com os enteados uma competição, a relação mãe – filhos e pai – filhos são diferentes de marido e mulher. O homem e mulher que os filhos enxergam nos pais é muito diferente do que o homem que você vê no marido e mulher que você na esposa.
Respeite as diferenças: não tente mudar as pessoas, apenas administre a relação.
Procure controlar seu temperamento para não cair nas provocações dos enteados.
Jamais fale mal da mãe ou do pai de seus enteados, incentive a aproximação entre pais e filhos. E saiba entender os gastos do pai ou mãe com os filhos.
Construir uma relação saudável com tantas interferências não é fácil, mas é possível. Façam juntos e com calma e se for preciso sejam humildes e procurem ajuda.
Mariangela Mantovani